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20 Setembro feriado no RS, mas e vc sabe por quê?

A comemoração tradicionalista de 20 de Setembro no Rio Grande do Sul é festejada desde 1845, agora você sabe a razão? Leia abaixo:

História da Guerra dos Farrapos

A Guerra dos Farrapos ocorreu no Rio Grande do Sul na época em que o Brasil era governado pelo Regente Feijó (Período Regencial). Esta rebelião, gerada pelo descontentamento político, durou por uma década (de 1835 a 1845).

O estopim para esta rebelião foram as grandes diferenças de ideais entre dois partidos: um que apoiava os republicanos (os Liberais Exaltados) e outro que dava apoio aos conservadores (os Legalistas). 

Em 1835 os rebeldes Liberais, liderados por Bento Gonçalves da Silva, apossaram-se de Porto Alegre, fazendo com que as forças imperiais fossem obrigadas a deixarem a região. 

Após terem seu líder Bento Gonçalves capturado e preso, durante um confronto ocorrido na ilha de Fanfa (no rio Jacuí), os Liberais não se deixaram abater e sob nova liderança (de António Neto) obtiveram outras vitórias. 

Em novembro de 1836, os revolucionários proclamaram a República em Piratini e Bento Gonçalves, ainda preso, foi nomeado presidente. Somente em1837, após fugir da prisão, é que Bento Gonçalves finalmente assume a presidência da República de Piratini. 

Mesmo com as forças do exército da regência, os farroupilhas liderados por Davi Gonçalves, conquistaram a vila de Laguna, em Santa Catarina, proclamando, desta forma, a República Catarinense. 

De 1840 em diante, dois terços do exército brasileiro passou a lutar em território gaúcho. Em sua ofensiva final, o exército imperial contava com 11.400 combatentes, números elevadíssimos para a época. Para se ter uma ideia da expressividade deste contingente, basta lembrar que a população total do Rio Grande do Sul era de 70 mil habitantes aproximadamente.

Em primeiro de março de 1845, os imperialistas, liderados por Duque de Caxias e os republicanos farroupilhas assinam um tratado de paz, o "Tratado de Poncho Verde". Oficialmente a guerra está terminada.

Principais pontos assinados no Tratado de Poncho Verde:

  • O império pagaria as dívidas do governo republicano;
  • Os oficiais republicanos seriam incorporados ao exército brasileiro;
  • Eram declarados livres todos os escravos que haviam lutado nas tropas republicanas;
  • Seriam devolvidos todos os prisioneiros de guerra;
  • Foram elevadas as taxas alfandegárias para importação do charque estrangeiro, o que favoreceu ao charque gaúcho.

Pós Guerra

  • Antônio de Souza Netto muda-se para o Uruguai;
  • Davi Canabarro luta ao lado das forças brasileiras na Guerra do Paraguai;
  • Após deixar o Rio Grande do Sul, Giuseppe Garibaldi voltou à Itália onde foi um dos grandes heróis da unificação deste país.
  • Bento Gonçalves morre dois anos após a guerra.

Conclusão

A assinatura do Tratado de Poncho Verde trouxe benefícios para ambos os lados. Por isso, não podemos afirmar que os farroupilhas venceram a guerra. Por outro lado, também não podemos dizer que foram derrotados. A verdade é que os dois lados alcançaram parte de seus objetivos. Se o Império Brasileiro não perdeu sua importante província fronteiriça, os farrapos também lucravam com o aumento do imposto sobre o charque importado.

Entretanto o mais importante e polêmico sobre o final da Guerra dos Farrapos está na discussão que envolve o seu desfecho. Afinal, podemos afirmar que a revolução Farroupilha foi um sucesso?

Pois o que tornava a Guerra dos Farrapos diferente das outras Rebeliões Regenciais que ocorreram na mesma época foi seu caráter revolucionário. Isto é, o rompimento com o Império e a luta pela República e pela abolição da escravatura. Fatores que tornavam o levante gaúcho uma revolução.

Contudo, quanto a este caráter revolucionário, os farroupilhas não obtiveram sucesso. Pois o Brasil manteve-se uma monarquia e o Rio Grande do Sul voltou a condição de província brasileira. Mas o pior de tudo foi que a escravidão foi mantida. Mesmo os que haviam lutado na guerra, poucos foram os que mantiveram sua liberdade após a declaração de paz.

Fonte:

ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
BRAGA, Rubem. Rubem Braga: melhores crônicas. São Paulo: Editora Global, 2013.
RAMOS, G.HA. Rio de Janeiro:  Editora Record, 2012.

 

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