Os compostos químicos (substâncias) que identificamos como refrigerantes podem ser classificados nas categorias (de forma geral):
- Moléculas comuns: Amônia (NH3), propano (C3H8), dióxido de carbono (CO2) e dióxido de enxofre (SO2). Estas podem ser apresentadas como substâncias de referência ou como alternativas naturais em sistemas de refrigeração.
- CFCs (Clorofluorcarbonos): CFCl3 e CF2Cl2. Esses são gases de efeito estufa potentes e contribuintes para a destruição da camada de ozônio, amplamente utilizados como refrigerantes até o início dos primeiros protocolos de eliminação de gases “nocivos” ao ambiente, na Convenção de Viena e firmado no protocolo de Montreal.
- HCFCs (Hidroclorofluorcarbonos): CF3CHCl2. São compostos que contêm hidrogênio, cloro, flúor e carbono. Foram desenvolvidos como substitutos dos CFCs, pois têm menor potencial de destruição da camada de ozônio, mas ainda são gases de efeito estufa e tiveram sua eliminação prevista no Protocolo de Montreal.
- HFCs (Hidrofluorcarbonos): CH3CHF2. Contêm hidrogênio, flúor e carbono, mas não cloro. Não destroem a camada de ozônio, mas são gases de efeito estufa muito potentes tiveram sua eliminação prevista na Emenda de Kigali no Protocolo de Montreal.
- HFOs (Hidrofluoro-olefinas): CH2=CFCF3 e CHF=CHCF3. São compostos mais recentes, desenvolvidos para ter baixo potencial de aquecimento global e serem alternativas ambientalmente mais amigáveis aos HFCs, pois possuem ligações duplas de carbono que os tornam menos estáveis na atmosfera. Nos ultimos meses iniciam estudos a estimar o potencial nocivo do ‘Teflon’ presente nas HFOs.
Estas moléculas foram desenvolvidas como evolução dos fluidos refrigerantes na busca por opções com menor impacto ambiental, desde os compostos mais problemáticos (CFCs) até as alternativas mais recentes (HFOs). Esta evolução tem por histórico os protocolos, emendas, acordos e estudos científicos que foram base para as normativas atuais. Um breve resumo histórico é possível encontrar no estudo da Termoprol, publicado em https://schenautomacao.com.br/mercofrio/envio/files/30_arqnovo.pdf mostrando a evolução dos protocolos e também a criação de sistemas:
1928: Cientistas sintetizam os CFCs;
1974: Os vencedores do Prêmio Nobel, Molina e Rowland, descobrem que os CFCs podem destruir o ozônio estratosférico;
1985: A Convenção de Viena para a proteção da Camada de Ozônio é adotada pelas Nações Unidas;
1987: O Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a Camada de Ozônio é acordada;
1990: Brasil adere à Convenção de Viena e ao Protocolo de Montreal;
1996: Estados partes desenvolvidos eliminam a produção e importação de CFCs e congelam o consumo de HCFCs;
1997: Proibição do uso de CFCs em equipamentos de ar-condicionado automotivos novos no Brasil;
1999: Fim da produção de CFCs;
2001: Proibição da fabricação e importação de refrigeradores domésticos, espuma rígida e semirrígida esterilizantes com CFCs;
2004: Países desenvolvidos partes do Protocolo de Montreal eliminam o uso de HCFCs em 35%;
2007: Ajuste ao Protocolo de Montreal altera o cronograma de eliminação dos HCFCs;
2010: Fim do consumo de CFCs no Brasil. Os países desenvolvidos eliminam 75% do consumo de HCFCs. Todos os países em desenvolvimento partes do Protocolo de Montreal eliminam CFCs, halons e CTC;
2013: Todos os países em desenvolvimento partes do Protocolo de Montreal congelam a produção e o consumo de HCFCs nos níveis de 2009/2010, inclusive o Brasil;
2015: Eliminação de 16,6% de consumo brasileiro de HCFCs. Países em desenvolvimento eliminam em média 10% da produção e consumo de HCFCs, enquanto os países desenvolvidos eliminam 90% do consumo;
2016: Adoção da Emenda de Kigali que inclui o controle sobre o consumo de HFCs ao Protocolo de Montreal.
Observa-se que o movimento mundial de restrições ao consumo e produção de CFCs (por exemplo, o fluido R-12) e HCFCs (por exemplo, o fluido R-22) fizeram com que aumentasse proporcionalmente o consumo de HFCs (por exemplo, os fluidos R-134a, R-404A, R-507A), os quais foram a alternativa direta de substituição até meados de 2010. Para corrigir e controlar esse aumento, considerando os altos GWPs desses fluidos, a Emenda de Kigali iniciou um cronograma para limitação progressiva do seu consumo. A Termoprol vem adaptando e alterando suas máquinas para esta modificação ao longo do tempo.
Em paralelo ao Protocolo de Montreal, em 2015, entrou em vigor na Europa o regulamento F-gas, o qual limitou o consumo de HFCs de alto GWP para diversas aplicações específicas, dentre as quais destaca-se o segmento de refrigeração estacionária, que tem por objetivo restringir a utilização de fluidos com GWP < 2.500 até 2020. Referido regulamento, um dos mais rigorosos existentes, optou por limitar para a maioria dos sistemas GWP < 150, fazendo-se necessário a busca por fluidos low-GWP em grande escala para os próximos anos. A Termoprol já inicia as instalações de R744 (CO2) transcriticas.
Por isso, a Termoprol está se atualizando sobre novas alternativas e tendências de fluidos frigorífico spara as diversas aplicações, reduzindo, assim, o consumo de fluidos sintéticos não ambientais e melhorando o desempenho dos equipamentos com soluções alternativas. Dessa forma, possibilita-se uma continuidade de atendimento ao cronograma estabelecido pelo Protocolo de Montreal. Camaras frias com fluidos refrigerantes naturais já são possíveis de serem adquiridas, unidades condensadoras para fluidos naturais também.