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O segmento de sorvetes no Brasil

Brasil, existem aproximadamente 8 mil empresas que se encaixam no setor de sorvetes. De todas essas, mais de 90% são micro e pequenas. Em 2014, o brasileiro consumiu 1,3 bilhão de litros de sorvete. Em 2015, o valor abaixou para 1,1 bilhões e em 2016 fechou com 1 bilhão. De acordo com Eduardo Weisberg, presidente da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), o segmento está passando por uma grande crise, mas ainda há muitas opções para o empreendedor investir.

Weisberg, 60 anos, nasceu na Argentina, mas mora no Brasil desde muito pequeno. Sua família montou uma sorveteria na década de 70 e, desde então, é empreendedor na área. Em 2002, reunindo-se com outros empresários do Brasil, sentiu a necessidade de criar uma instituição que representasse o setor. Assim surgiu a ABIS, na qual é presidente até hoje.

Dos dias 6 a 9 de junho, a ABIS promove a 18ª Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria de Sorveteria Profissional (FISPAL) e, durante a feira, acontece o 1° Congresso Latino-Americano de Sorvetes (CLASH). “A gente quer mostrar para os empreendedores que esse setor pode continuar crescendo. A ideia é que esse Congresso seja o pontapé inicial para a criação da Associação Latino Americana de Sorvetes (ALASH)”, diz Weisberg.

Em entrevista exclusiva para a Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o presidente da ABIS expôs como está o cenário atual do mercado, deu dicas para empreendedores que querem começar a investir no setor e definiu quais produtos são considerados tendências. Confira abaixo:

Como está o setor de sorvetes no Brasil?
Nos últimos dois anos, houve uma queda muito forte devido a problemas econômicos e políticos. A falta de dinheiro fez com que o setor entrasse em um declínio bem forte. Nós vínhamos em um grande crescimento desde o primeiro levantamento em 2003. Até 2014, foi uma evolução bem forte. Até 2016, podemos dizer que perdemos 7 anos de crescimento. Em 2017, ainda não se sabe. É uma oscilação muito forte, mas estamos mais para o decréscimo do que para o acréscimo. São os problemas políticos atrapalhando a economia. Quanto ao consumo, depende da região do Brasil. Na Região Norte, há um consumo de 5%; no Nordeste, 19%; no Centro-Oeste, 9%; no Sudeste, 52% e no Sul 15%. Quanto maior o número de habitantes e maior o poder aquisitivo, maior a porcentagem de consumo regional. 

Quais são as tendências para o segmento?
Continuam sendo os sorvetes premium, aqueles diferenciados. Sorvete com foco funcional, por exemplo, é uma tendência mundial. Trabalhar com frutas do Brasil também é uma ótima oportunidade. Há uma grande diversificação no mercado. As sorveterias e gelaterias vão muito atrás do lançamento de novos produtos. Nós estamos cada vez mais recuperar melhor esses lançamentos. Quanto ao negócio, já tivemos um nicho das iogurterias, das paleterias... Não tem como definir. As gelaterias, por exemplo, são uma tendência, mas que vão continuar em alta. O brasileiro começou a gostar do gelato e entender que a qualidade do produto é fundamental.

O setor costuma sofrer com baixa venda no inverno, como tem resolvido essa questão?
Ainda não resolveu, mas melhorou o consumo nesta época. As empresas têm dito aos clientes que o sorvete é nutritivo, alimenta, é rico em cálcio, vitaminas, proteínas... Todo mundo alega que sorvete engorda, mas se o consumo do brasileiro é muito baixo, não é o sorvete o culpado. O que engorda é o sedentarismo e não um sorvete por mês. Temos muitos tabus e muitos paradigmas que, desde a criação da ABIS, a gente tenta romper. Temos conseguido. Hoje, no frio, muita gente toma sorvete. Uma boa opção é investir em sobremesas quentes com o sorvete como acompanhamento e em sabores mais encorpadas de chocolate ou creme, por exemplo.

Quais são as empresas e produtos inovadores do mercado?
Hoje em dia, o pessoal que está fazendo coisas diferentes dos outros já é uma inovação. A tendência é ser diferente. Se você vai em um supermercado, todos os sorvetes são similares. Se diferencia aquele que faz um produto de altíssima qualidade, produtos distintos ou algum nicho específico. Tem a Whaka Whaka com um sorvete a base de água, a Diletto com um produto mais premium, Rochinha com as frutas. Depende da empresa e de seu foco. Cada um tem que sobressair de uma forma, nosso maior produto é satisfazer o cliente.

Quem quer investir no setor, tem que tomar quais cuidados?
Temos que acompanhar essa mudança na população, é isso que o empresário tem que olhar. Acompanhar as tendências, escolher o mercado que quer atingir: é com isso que você direciona quais tipo de equipamento, matéria-prima e funcionários precisa. Nós temos cursos específicos no Senai e no Sebrae que podem ajudar o empreendedor. Não adianta pegar um dinheiro e simplesmente abrir um negócio, é necessário estudar bem o mercado.  Outra dica é que o empreendedor prepare a empresa no inverno e a abra a partir de setembro, para aproveitar o pico de vendas do verão.

Onde o Brasil precisa melhorar?
O setor de sorvetes está muito bem servido. Dependendo do nicho que você quer atuar, existem bons distribuidores de matérias-primas, embalagens e equipamentos. O Brasil não deve nada a nenhuma parte do mundo em relação a esse segmento.

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Fonte: Pequenas empresas e Grandes negócios 

 

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